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sábado, 28 de agosto de 2010

Herpes nas Ostras: O Último Sintoma do Aquecimento Global?

Novas cepas de herpes podem matar 80% de uma criação de ostras numa semana, afirmam os especialistas
Por Rachel Kaufman
Não se preocupe – herpes de ostras não é um efeito colateral resultante da ingestão da “comida do amor”. No entanto, o vírus mortal incurável está alarmando comunidades de pescadores na Europa, onde a doença parece estar se espalhando e pode se disseminar rapidamente com o aquecimento dos mares.
Em julho, testes em laboratórios detectaram pela primeira vez a presença desse tipo de herpes em ostras e mexilhões na Inglaterra.  O vírus já matou entre 20 e 100% das aeras de cultivo de ostras no Pacífico em 2008, 2009 e 2010, de acordo com o Instituto Francês de Pesquisas Sobre a Exploração dos Oceanos.
As razões para o surgimento desse herpes no Pacífico continuam sendo um mistério, embora o aquecimento global possa ter influenciado, especulam os especialistas.   Uma nova variedade denominada Ostreid hespesvirus permanece inerte até que a temperatura da água atinja 16 graus centigrados, o que nas águas da Inglaterra só acontece no pico do verão, de acordo com Kevin denham, do Instituto de Inspeção do governo britânico.
Com base nessa constatação, Tristan Renault, diretor do laboratório de genética e patologia do Instituto francês afirmou que o aquecimento global “pode ser uma explicação para o aparecimento desse tipo particular de vírus”.
Embora todas as variedades surjam de modificações no DNA, o herpes, que infecta variadas formas de vida, desde vacas até ostras e macacos, existem em grande variedade de espécies, cada uma com um conjunto específico de sintomas.  Entre os humanos, talvez a forma mais conhecida seja vírus denominado Herpes simplex, que é transmitido por contato próximo e se manifesta sob a forma de erupções orais e genitais.
O herpes Ostreid não infecta apenas ostras, mas também mexilhões, escalopes e outros moluscos, de acordo com Renault.
A infecção dessas espécies não é uma novidade para a ciência, mas em 2008 ocorreu, pela primeira vez, um elevado aumento da mortalidade na França, decorrente do surgimento de uma nova variedade do vírus.
Essa nova variedade ataca as ostras jovens durante o período de reprodução, quando os corpos dos moluscos estão concentrados na produção de esperma e ovas, e em decorrência não têm energia para manter o sistema imunológico.
The New Oyster Herpes
Herpes-infected shellfish aren't new to science, but in 2008—the first year a huge increase in mortality rates was detected in France—Ifremer detected a new variation of the virus.
Mas os OsHV-1 é também “uma variedade mais virulenta do que as até hoje identificadas”, afirmou Renault, enfatizando que ela é tão eficiente em matar os hospedeiros que ela pode destruir 80% de uma criação de ostras numa semana.  A taxa de mortalidade é apenas um indício externo de que alguma coisa está errada, já que o vírus da ostra não tem nenhum sintoma visível e só pode ser diagnosticado em laboratório.
Ainda que não haja transmissão para o ser humano, as ostras contaminadas não são seguras para o uso alimentar e essa é a grande preocupação da indústria que atua no cultivo.  Na cidade inglesa de Whitstable, onde as ostras são cultivadas há séculos, este foi o primeiro verão em que esse herpes atingiu gravemente a Inglaterra.
Fonte: National Geographic News

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