10/9/2008
Por Roberto Lamego
No Brasil onde mais de 80% das terras são de propriedade privada, se não tivermos a participação e o interesse destes proprietários na proteção e na recuperação do Meio Ambiente, pouco será alcançado para se parar a destruição ambiental generalizada que acontece em todas as regiões do país desde o inicio da colonização. Estes proprietários, arrendatários, meeiros, do grande latifundiário ao mais pobre Sem Terra, sempre trabalharam sem levar em conta que os recursos naturais são finitos e limitados.
A Natureza nunca foi considerada motivo de preocupação. Parece sempre ter estado a serviço do homem para ser usada indefinidamente. Este era o pensamento corrente até bem pouco tempo e ainda é encarado assim se analisarmos as ações cotidianas da maioria das pessoas.
A Educação Ambiental e o aumento da consciência ambiental, são tomadas de posição que muitas vezes não estão vinculadas ao dia-a-dia do interior e do meio rural, onde é muito comum a utilização de modos não sustentáveis e destrutivos no uso e na ocupação das terras e florestas.O ganho econômico imediato é a opção que importa. Não existe muita consciência ambiental no meio rural. Surge então a pergunta e a proposta: Como proteger e recuperar o meio ambiente e ganhar dinheiro fazendo isto? A agrossilvicultura com seus Sistemas Agroflorestais oferece uma resposta, pois é um sistema viável de uso perene das terras e matas, que aumenta o rendimento das propriedades rurais, combinando a produção de culturas florestais, com outras espécies agrícolas e agroflorestais e com a criação de animais.
Mas o que são os Sistemas Agroflorestais (SAFs)? São sistemas de consórcios de espécies vegetais e animais úteis e de interesse econômico e ambiental, que crescem em equilíbrio orgânico e ecológico, sendo concebidos com o propósito de associar a proteção, a conservação e a recuperação do Meio Ambiente com diversas atividades agroflorestais econômicas e produtivas. Os SAFs buscam: associar a produção agroflorestal, agrícola, florestal e animal, trabalhar com ótimos níveis de produtividade, conseguir rendimentos durante todo o ano, produzir organicamente com baixos aportes de insumos externos, reciclar nutrientes do solo e do ambiente e assim conseguir uso mais eficiente dos recursos atmosféricos, da água e da sombra, através do uso simbiótico da terra.
Empregando técnicas de manejo compatíveis com a cultura e tradição da população local, resgatam práticas antigas, trazendo vantagens ambientais e econômicas imediatas e sendo indicados para o enriquecimento das matas e capoeiras, para áreas degradadas, recomposição de matas ciliares e nascentes e para os quintais das casas.
Precisamos tempo para ensinar aos habitantes das áreas rurais a trabalhar ecologicamente a terra, de forma sustentável e a conviver em harmonia e equilíbrio com o ambiente em que vivem, preservando as florestas e a Biodiversidade. É necessário mostrar as alternativas existentes que podem interromper a degradação ambiental do país. O aprendizado e a difusão de técnicas e atividades agroecológicas, como a Agrossilvicultura e os SAFs, podem convencer os proprietários rurais que são práticas possíveis e interessantes, que podem melhorar seus ganhos econômicos e condição de vida, de alimentação da população e, ao mesmo tempo conservar o ambiente.
Com a generalização do uso da Agrossilvicultura obteremos ganhos ambientais, econômicos e sociais, como fixação de proprietários ambientalmente conscientes em suas propriedades, agora protegidas, recuperadas, florestadas e produtivas, novos empreendimentos agroflorestais e a necessidade de mais áreas florestadas e protegidas para se expandir a idéia agroflorestal.
Roberto Lamego* é diretor da ONG Salveaserra e do Centro Educacional de Tecnologia Agroflorestal Regional, com atuação no santuário de Vida Silvestre da Serra da Concórdia/RJ.(roberto.lamego@uol.com.br). Informações e vídeos de Agrossilvicultura: www.agrofloresta.net
Vantagens da agrossilvicultura
1 – Uso mais eficiente dos recursos naturais com a utilização espacial dos vários extratos arbóreos existentes na área trabalhada, com utilização mais intensa da radiação solar. Aproveitamento os vários sistemas radiculares das plantas em diferentes profundidades, o que determina o bom uso de todas as camadas do solo e a melhor reciclagem de nutrientes
2 - Aumento da fertilidade do sistema pelo incremento permanente de matéria orgânica
3 - Proteção do solo pelas árvores para a diminuição da radiação solar direta e do impacto das gotas da chuva sobre o chão
4 - Menor retirada de água do ambiente devido à diminuição da evaporação e perda de água
5 - Formações de ambientes com micro-climas mais estáveis e frescos
6 - O total de produção por unidade de área pode ser aumentado
7 - Os vários componentes ou produtos de um Sistema Agroflorestal podem ser utilizados como materiais para produção de outros bens
8 - Os vários produtos produzidos e retirados de um SAF possibilitam melhores oportunidades de trabalho e renda mais regular para as comunidades envolvidas durante todo o ano
9 - Aumentando-se a diversificação da produção há uma margem menor de riscos
10 - A produção pode ser para fins de subsistência familiar e/ou destinada aos mercados consumidores.
Revista Voz Ambiental
Projeto de Comunicação Ambiental da Organização Bio-Bras
A Organização Bio-Bras é uma entidade ambiental com mais de 11 anos de atividades na área ambiental, que conta com representação em canais e redes ambientais.
A Revista Voz Ambiental foi lançada com o apoio do Fundo Nacional de Recursos Hídricos, como parte do Programa de Comunicação da região Alto Tietê Cabeceiras, envolvendo 10 municípios da zona leste de São Paulo. Aborda, com imparcialidade e clareza, temas ambientais atuais e tem como perfil de leitores: profissionais e técnicos, órgãos públicos, associações, estudantes e pessoas engajadas nas questões ambientais.
Perfil de distribuição:
Associações, Sindicatos, Fundações, Institutos, ONG’s, OSCIP’s
Fiesp, Ciesp
Ministério do Meio Ambiente
Secretaria do Meio Ambiente de SP
OAB, CETESB, DEPRN, DUSM, SABESP
Dez prefeituras da região leste de SP
Agência do Comitê de Bacias/ SP
Subcomitê do Alto Tietê Cabeceiras
Comitê do Alto Tietê Cabeceiras
Diretorias de ensino e Universidades da região.
Adriana BravimOrganização Bio-BrasR: Cel. Souza Franco, 240/6 CentroMogi das Cruzes/SP11 4799-8199www.biobras.org.br
Detalhes sobre a parceira BECE-REBIA
1. O trabalho de orientação aos participantes da Rede BECE REBIA é voluntário, sem nenhuma cobrança ou remuneração, cujo atendimento se dá exclusivamente via internet.
2. Não fazemos consultoria, nem autorizamos ou credenciamos profissionais a oferecer qualquer tipo de serviço em nosso nome.
3. Não somos entidade certificadora de responsabilidade e/ou manejos sócio-ambiental e somente fornecemos "selos commodities ambientais" perante os Fóruns Regionais BECE-REBIA.
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Fonte: Editores BECE-REBIA.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Como proteger e recuperar o Meio Ambiente e ganhar dinheiro fazendo isto
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