PÁGINAS

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Visita à maior fábrica de papel reciclado da América Latina mostra processo de reciclagem da embalagem tetra pak


18/9/2008
Por Inês Santos de Oliveira*
O jornalista Adalberto Marcondes, do Envolverde, explica aos jornalistas como o roteiro da visita técnica foi organizado para dar um panorama de todo o ciclo de vida da embalagem Tetra Pak e de sua reciclagem.
As embalagens do tipo Tetra Pak surgiram como uma solução para economizar energia e proteger os alimentos. Possuem seis camadas de materiais, quatro de polietileno, uma de papel, e uma de alumínio, que criam uma barreira protetora contra a entrada de luz, água, ar e microorganismos. Essa combinação de matérias-primas asseguram segurança e higiene ao alimento, promovendo a preservação dos nutrientes e sabor e possibilitando o seu armazenamento por longo período, sem necessidade de refrigeração, o que significa economia de energia.
As embalagens Tetra Pak são 100% recicláveis e foi isso que uma equipe de técnicos e jornalistas foram comprovar de perto através de uma visita técnica organizada no dia 26/08/2008 pela Envolverde em parceria com a Tetra Pak. A equipe visitou as indústrias Klabin e EET, em Piracicaba, e as indústrias Polares e Eco Futuro, em Campinas, no interior de São Paulo.
A partir da esquerda, Angelo Brustolin, gerente industrial da unidade de papel reciclado e Fernando Torres, coordenador de produção, ambos da Klabin, e Fernando Von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra-Pak. Os três são engenheiros químicos.
O papel responde por 75% da embalagem Tetra Pak, por isso visitamos a Klabin que desde 1970 faz reciclagens dessas embalagens. Fomos recepcionados pelo engenheiro químico Angelo Brustolin, gerente industrial da unidade de papel reciclado que informou que a Klabin possui quatro fábricas só para reciclagem de papel, constituindo-se na maior fábrica de papel reciclado da América Latina. Ele informou que a Klabin é responsável por fornecer todo o papel virgem das embalagens Tetra Pak, cerca de 50 mil toneladas por mês, e que a Política de Sustentabilidade da Klabin tem por meta a reciclagem de no mínimo 50% do papel novo que coloca no mercado. Angelo ressaltou que a legislação não permite o uso de material reciclado em embalagens que tenham contato com alimentos, por isso o papel das embalagens Tetra Pak é sempre novo, e o papel reciclado é destinado à fabricação de embalagens de papel corrugado.
A Coordenadora de Comunicação Externa da Tetra Pak, jornalista Liliane Morales, explicou que a empresa tem apresentado ano a ano índices crescentes de reciclagem de suas embalagens, estando hoje em torno de 27%. Liliane frisou entretanto que a capacidade instalada para a reciclagem é muito maior que isso, revelando um enorme potencial para o negócio de reciclagem de embalagens Tetra Pak.
Puper
Todo o processo da reciclagem da embalagem Tetra Pak só se torna possível por que a Klabin separa as lâminas que compõem a embalagem num equipamento denominado pulper, que através de agitação e adição de água em sistema fechado conseguindo que o papel se solte do plástico e do alumínio, podendo assim ser reaproveitado.
Após a retirada do papel, sobra o plástico que vem colado ao alumínio que a Klabin envia para vários destinos. Um deles é a formação de pellet pela indústria Mercoplast, que fornece depois para a Polares para a fabricação de vassouras e escovas de roupa. Outra destinação ainda é a fabricação de telhas, na empresa Eco Futuro, que está com a sua produção toda vendida até o final do ano.
Um processo mais nobre para o resíduo plástico colado ao alumínio é realizado pela indústria EET, estrategicamente instalada no terreno ao lado da Klabin, onde através de um processo inédito à base de Plasma e nitrogênio, onde as temperaturas podem chegar a 15.000 graus celcius, o plástico se separa do alumínio e vira parafina de alto grau de pureza usada na confecção de cosméticos e produção de madeira MDF. O sai na forma de pó para adição a certos tipos de tintas metálicas para automóveis, ou em lingotes.
* Inês é bióloga e cursa MBE em meio ambiente na COPPE/UFRJ. É assistente técnica da REBIA - inês@rebia.org.br


Fonte: Redação do Portal do Meio Ambiente.

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